quinta-feira, maio 10

E dale Google...

Entrevista com Eric Schmidt o CEO da Google
Post de blog Reflexões Digitais.

Abro aspas:

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por: Diego Cox - Terça-feira, 27 de Março de 2007

O blog iinovate sempre traz entrevistas interessantes, lá encontrei uma entrevista com o CEO da Google Eric Schmidt e resolvi traduzi-la. Na entrevista a seguir o CEO da maior empresa do mundo fala sobre infra-estrutura, tecnologia, empreendedorismo, futuro e até mesmo sobre a postura assumida pela Google a fim de contornar a crise na China.

Eric se tornou CEO da Google em 2001 formando o triumvirato mais importante da internet, junto com os co-fundadores Sergey Brin e Larry Page. Os três foram considerados os executivos de maior sucesso e mais poderosos recentemente pela revista PC World.

Antes de embarcar na Google Schmidt foi CEO da Novell e CTO da Sun Microsystems.

Eric, você é o CEO de uma das mais importantes empresas do mundo… contudo continua vindo dois dias por semana lecionar em Stanford. Por que faz isso?

Porque você sempre aprende algo quando ensina alguma disciplina, além de ficar antenado no que os jovens dizem e pensam. Nós não aprendemos quando apenas falamos, essa nova geração de empreendedores que estudam em Stanford sempre fazem perguntas inusitadas que jamais havia ouvido… isso nos faz pensar.

Ray Ozzie recentemente fez alguns comentários relacionados a Microsoft. A construção do novo datacenter dará uma grande vantagem competitiva a empresa de Redmond. Gostaria de saber o que o você pensa a respeito do que a Google está fazendo. A estratégia da sua empresa é diferente da dos seus competidores no que abrange seus datacenters?

Na Google, qualquer investimento é feito com muito mais capital que os outros competidores disponibilizam, nós pensamos muito além dos datacenters. Sem comentar sobre o posicionamento e a visão de nossos concorrentes, digo que no mercado da internet onde os serviços são disponibilizados por computadores, nós temos vantagens competitivas… afinal nós temos a mais barata e escalonável arquitetura.

Esperamos que as inovações em desenvolvimento nos permitam criar produtos que sejam impossíveis de ser copiados por nossos concorrentes, simplesmente porque aprendemos como implementar em escala. A internet é um mercado escalonável, operar uma grande empresa de internet é muito, muito difícil. Todos os desafios – manter os serviços sempre disponíveis, tratar com os spammers, lidar com problemas de acesso – acredito que enfrentamos e vencemos da melhor forma possível dentre todas as concorrentes do mundo.

Quais são algumas das principais fontes de gastos nos datacenters atualmente?

Bem, basicamente todo o capital vai para despesas que estão associadas a operação dos nossos datacenters. Esses gastos são quase que exclusivamente para aquisição de computadores, discos rígidos, infra-estrutura de rede e manutenção dos imóveis. Costumávamos, logo depois que a bolha estourou, comprar por preço de banana datacenters que tinham sido super estimados e estavam na bancarrota. Contudo não existe mais essa oportunidade, e isso faz com que tenhamos foco total no escalonamento do crescimento da nossa infra.

Agora, falando de Larry e Sergey, os fundadores do Google e também sobre Chad e Steve do Youtube. Na sua opinião quais as principais características dos empreendedores que obtêm tanto sucesso?

Na minha opinião a característica mais importante em um empreendedor é a audácia em realizar ações tendo ou não permissão de terceiros. Eles são motivados por algo que vem de dentro, isso não pode ser ensinado nasce com a pessoa, ela sente isso, quer isso e caminha nessa direção, transformando desejo em iniciativa.

Quando encontramos esse tipo de pessoas é muito interessante se relacionar com elas, sempre irão ensinar e mostrar coisas interessantes. No caso de Larry e Sergey e, mais recentemente com os garotos do Youtube, sem dúvida todos são ou serão empreendedores de grande sucesso.

Todo o resto é tática caparando com a paixão e a visão que esses empreendedores têm, essas características são raras e quando identificadas temos que respeitar.

Você é um líder no Vale (do Silício) por um longo tempo, qual a diferença entre as estratégias de hoje com as do passado e quais as áreas de inovação e de empreendedorismo mais promissoras?

Sim, isso é engraçado, todas as gerações pensam que estão inventando a pólvora, contudo a geração anterior pensava a mesma coisa e a próxima geração também terá o mesmo sentimento. As inovações de hoje não são diferentes – apenas temos estrutura para criar novidades que não podíamos há 10 ou 100 anos atrás.

Assistindo antigos filmes da BBC, sobre a Inglaterra no fim do século XX e no começo, podemos imaginar o que seria inovador naquele período, quando as rodovias, a gasolina e a eletricidade se tornaram populares. No entanto foi o mesmo senso econômico e a mesma paixão que levaram pessoas a desenvolver essas tecnologias inovadoras. O Vale do Silício tem sorte pois esses ciclos são constantes por aqui.

Para encerrar nossa entrevista, você pode comentar sobre a decisão da Google sobre a autocensura na China?

Foi uma decisão bastante difícil, além de ter sido a decisão que demandou muito tempo para pensarmos, elaborarmos e agirmos. Temos um grande competidor local na China; a Google continua sendo um grande competidor americano. Dessa forma essa estratégia foi fundamental para nos enquadrarmos na política e na cultura daquele país e melhorarmos nossa imagem, demonstrando que apesar de americana a empresa está disposta a se enquadrar nas regras locais do jogo.

Acreditamos que aos poucos o mercado chinês irá lentamente se abrir. Por isso se rejeitássemos as políticas atuais não nos engajaríamos e conseqüentemente não seriamos bem vistos tanto pela população quanto pelo governo chinês.

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